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Compartilhando a potência do Psicodrama para educadores sociais

Como é possível superar visões deterministas, patológicas e rígidas


Por Ludimila Grasiele – Psicóloga e Psicodramatista em formação. Educadora e Analista Educacional na Partilha desde 2020.


Hoje, eu Ludimila, recebi a missão de escrever para vocês sobre como foi para mim falar de Psicodrama na Formação para educadores sociais, realizada pela Partilha no dia 10 de fevereiro de 2023. Mas para contar dos meus sentimentos, preciso primeiro contar um pedaço da minha história, então se você gosta de saber mais sobre a vida alheia, pega um cafezinho e aproveita que lá vem história!


Eu terminei meu ensino médio com 16 anos e estava naquela fase turbulenta de escolher um curso e ingressar na vida acadêmica. A única certeza que eu tinha, era que não queria absolutamente nada que fosse de exatas, sempre gostei mais das áreas humanas e de lidar com pessoas. Pois bem, fiz o ENEM e minha decisão era pela fisioterapia (psicologia na época nunca foi uma opção), cheguei a conseguir a bolsa, mas por intermédio da vida, não segui este caminho. Na segunda chamada do ENEM, decidi que marcaria apenas cursos em Uberlândia, pois assim seria mais fácil conseguir ingressar na faculdade. Não tinha fisioterapia em faculdades particulares na época e foi nesse momento em que marquei a psicologia, que era na verdade, a última opção, era o curso que sobrava. Mais uma vez a vida fez seu papel, a vaga saiu para Psicologia e como quem não quer nada fui conhecer o curso e simplesmente me encontrei lá! (obrigada, vida, por ter feito seu papel!)


Já no quarto período da faculdade, em um desses eventos acadêmicos, conheci o Psicodrama. Encantei-me com a forma dessa teoria de ver o mundo. Uma abordagem humanista, que vê o ser humano como algo integrado, um ser relacional e potente, um ser que não é só patológico, mas sim vivo e cósmico. Naquele momento decidi que essa seria minha abordagem de trabalho!


Os semestres acadêmicos foram passando e eu segui estudando psicodrama de forma autodidata. Tive apenas uma matéria sobre ele no decorrer do curso, mas tive pessoas que me ajudaram muito nesses estudos autônomos e me apoiaram no caminho profissional que escolhi. Deixo registrado aqui um agradecimento especial a Mariana Arantes, minha professora na época e também à Clinica Trilhas, que me inspirou e me apoiou em estágios extras e cursos da área.


Passaram os cinco anos de graduação. Formei-me e fui encarar o mercado de trabalho. Momento nada fácil da minha vida, nada fácil na vida de muitas pessoas na verdade. Nessa época, no inicio da carreira, eu já sabia que existia em Uberlândia uma pós-graduação em Psicodrama, mas era algo financeiramente inviável para mim. A única coisa que eu fazia naquela época era “namorar de longe e escondido” a Casa das Cenas – Escola de Psicodrama, ao mesmo tempo em que seguia fazendo cursos iniciais e acessíveis de Psicodrama.


A vida seguiu e em 2022 consegui iniciar minha pós, consegui oficializar meu namoro com a Casa! Hoje, enquanto escrevo este texto, faz exatamente 1 ano e 4 meses que estou me especializando e me chamo de Psicodramatista em formação.


Nesse tempo, aprofundei muito meus estudos e percebi ainda mais o quanto essa abordagem me contempla, percebi que a forma como escolho ver o mundo - uma forma que não é determinista, que não é patológica, que não é rígida - veio do psicodrama.


Existe um texto aqui no blog que explica mais sobre o Psicodrama e eu te convido a ler ele para entender melhor o que estou dizendo, mas resumindo, essa abordagem vê o ser como um ser humano potente que é o próprio centro do seu desenvolvimento. Todos nós somos Deuses e nas relações nos desenvolvemos ao nos encontrarmos com os outros Deuses existentes nas pessoas.


Falar disso, dessa forma de ver o mundo, das técnicas, dos métodos científicos dessa teoria é sempre muito importante para mim. A meu ver, o Psicodrama ainda tem muito a ser reconhecido e todo e qualquer espaço em que eu transito, o levo como minha metodologia, mas também como minha forma de levar a vida.


Na formação para educadores sociais - cujo objetivo era compartilhar técnicas e métodos para potencializar o desenvolvimento de/em grupos - não foi diferente! Falei brevemente da teoria, expliquei das técnicas e contei da potência que essa abordagem é para quem quer trabalhar com grupos, mas acima disso, tentei também mostrar o quão bonita é essa forma de ver o mundo e convidei mais pessoas, para que assim como eu, possam analisar a própria forma de estar neste mundo.


Agradeço à Partilha por me ceder mais este espaço de expansão e transformação!



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