Por Ludimila Grasiele, psicóloga e psicodramatista. Na Partilha, atua como educadora e analista educacional desde 2020
Em meu processo de desenvolvimento pessoal e profissional, estou sempre estudando e discutindo sobre os papéis que desempenho em minha vida e, ultimamente, tenho ouvido e conversado bastante sobre o meu papel de educadora.
Em umas das últimas aulas de metodologia da pós graduação em Psicodrama, que fiz no início desse ano, estávamos discutindo sobre casos e possíveis temas de escrita para o trabalho de conclusão de curso e nesta aula em especifico – e no intervalo de almoço dela - me senti muito confortável em dar minhas contribuições e conduzir algumas reflexões sobre o que estava sendo discutido. Ao final do dia, ainda ouvi de minhas amigas o quão importantes foram as minhas perguntas e orientações ofertadas naquele momento.
Pouco tempo depois, em um dia de psicoterapia grupal, ouvi das minhas colegas de terapia sobre como eu deveria usufruir mais desse lugar de “orientar, compartilhar, conduzir, supervisionar e dirigir grupos”, pois ele me caia muito bem. Cassilda, a psicóloga e diretora do grupo, contou sobre como ela se tornou educadora e disse que via muito da minha trajetória na história dela e ainda complementou com uma fala que dizia mais ou menos assim: “ser educadora é algo que a gente nasce sendo, mas a vida nos leva para caminhos onde podemos fazer isso com mais potência e você é! Te vejo educadora”. Não foram exatamente essas as palavras na totalidade dessa frase, mas foi a interpretação que tive e que me marcou.
Depois disso fiquei pensando em quantas vezes precisamos ouvir algo que está escancarado e ao mesmo tempo coberto por um véu quase transparente, e mais, pensei em quantos lugares e das diversas formas em que eu exerci esse papel e de todas as vezes que ele se tornou mais potente porque eu o assumi e vesti essa roupa com propriedade.
Hoje digo com firmeza: sou educadora e esse papel me cai muito bem! Me cai bem porque sei que ser educadora é propiciar ao outro apoio para que ele encontre o caminho de assumir o protagonismo da própria história, é investigar e fazer perguntas que proporcionem o resgate da espontaneidade, é sair do lugar de conhecimento para chegar ao lugar de co-construção, é fortalecer o desenvolvimento através da relação!
Como é bom ser educadora! E você, será que não te falta tirar o véu também!?
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